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REGIÃO DO FAIUM Os faraós da XII dinastia (c. 1991 a 1783 a.C.) tiveram seu interesse despertado por uma região situada ao sul de Mênfis, a oeste do vale do Nilo e dele separada por uma cadeia de colinas. Semelhante a uma grande depressão, essa área foi preenchida em época pré-histórica com a cheia do Nilo e assim transformada em lago. A ligação com o Nilo acabou por ser interrompida em função do abaixamento do leito do rio. O lago secou e renasceu numa época geológica posterior, depois de um novo levantamento do leito do rio. O lago, sob o nome atual de Birket Qarum, ocupa apenas uma pequena parte da depressão do deserto. É de sua importância anterior que advém a antiga designação egípcia para o oásis do Faium: País do Lago e, mais tarde, Payom, que significa o lago. As margens do lago ofereceram, desde a pré-história, condições favoráveis de habitabilidade. Atribui-se já a Menes o estabelecimento de um culto ao deus crocodilo Sobek em Crocodilópolis, localidade então situada às margens do lago.

O visível processo de secagem progressiva do lago levou a que se reconhecesse, no início da XII dinastia, que a regularização do fornecimento de água ao Faium permitiria a exploração agrícola do oásis. O faraó Amenemhet I (1991 a 1962 a.C.) transportou para a região do Faium a sua capital, ganhando assim um 450 km de novos terrenos cultiváveis. A nova capital foi estabelecida na cidade de Iti-tauí. Os faraós da XII dinastia construíram suas pirâmides em localidades próximas a esta capital. No reinado de Sesóstris III (c. 1878 a 1741 a.C.) e particularmente no de Amenemhet III (c. 1844 a 1797 a.C.), que foi considerado em épocas posteriores como o verdadeiro criador do oásis do Faium, cavaram-se os canais e estabeleceram-se eclusas no Bahr Yusuf, um braço natural do Nilo que, conforme seu nível, levava água para o interior da depressão. Graças a isso e pela construção de barragens a sudeste do lago, foi possível ganhar uma superfície cultivável em forma de leque. O resultado final foi um considerável aumento da produção agrícola nas proximidades imediatas da capital. Atribui-se a Amenemhet III a construção de um imenso palácio na região. Em conjunto, os reis da XII dinastia trouxeram prosperidade ao Egito, restaurando o poder do faraó e voltando-se para a valorização do solo do país, sobretudo no Faium, do qual tais soberanos fizeram um verdadeiro oásis e, à sua volta, construíram suas residências.