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O PEQUENO AVIÃO Um pequeno modelo de avião com fuselagem, asas e uma cauda, o qual até parece um aviãozinho de aficionado por aero-modelismo, foi descoberto, no final do século XIX, num túmulo perto de Saqqara. Feito de madeira de sicômoro clara, tem 15 centímetros de comprimento e envergadura de pouco mais de 17 centímetros. Datado do ano 200 a.C., a peça encontra-se atualmente no Museu Egípcio do Cairo e os arqueólogos perceberam que ele pode voar como um planador por curtas distâncias, quando lançado com as mãos. Há alguns sinais de que ele pode ter possuído originalmente um mecanismo de propulsão perto da cauda. Até hoje pelo menos outros 14 modelos de aeronaves já foram descobertos nas tumbas egípcias.

Um geógrafo, físico e historiador árabe, chamado Abul Hasan Ali Al-Masudi, considerado o Heródoto dos árabes, escreveu 30 volumes sobre a história universal. Nascido na última década do IX século da nossa era e falecido no ano de 957, ele viajou muito pelo mundo conhecido daquela época até se fixar no Egito. Em seus escritos existe uma passagem intrigante na qual descreve como as enormes pedras das pirâmides teriam sido transportadas. Ele afirma que a folha de um papiro mágico era colocada debaixo da pedra a ser movida. Então, a pedra era golpeada com uma vara de metal, o que fazia com que levitasse e se movimentasse ao longo de um caminho pavimentado com pedras e cercado nas laterais por varas metálicas. A pedra viajava ao longo do caminho por uma distância de cerca de 50 metros e então era assentada no chão. O processo era repetido até que os construtores levassem a pedra até onde queriam. Não sabemos de onde ele tirou tais informações. Talvez fossem parte de uma história oral que foi passando de geração para geração no Egito. Os detalhes incomuns da história apontam para essa possibilidade. Ou talvez seja apenas uma história fantástica concebida por um escritor talentoso que, maravilhado com as pirâmides, concluiu que era imperioso que houvese alguma força mágica extraordinária na construção de tão magnífica estrutura. Se a narrativa for tomada ao pé da letra, que tipo de forças levitacionais estariam envolvidas? Será que o fato de golpear a pedra criava vibrações que resultavam numa levitação sônica? Ou será que o posicionamento das pedras e varas criava uma levitação magnética? Em qualquer dos casos, atualmente desconhecemos a tecnologia que possa repetir o feito.

LACTUCA SERRIOLA Será que a alface é realmente um afrodisíaco? Os antigos egípcios achavam que sim. De acordo com um pesquisador italiano, eles usaram a alface com esse objetivo. Desde a época dos gregos e romanos que essa verdura é conhecida por seus efeitos de sedativo leve e analgésico. Ela deve seu nome latino — lactuca — a lácteo ou leite, referência ao látex ou seiva branca amarga da planta que é mencionada em muitos tratados antigos. Já em 430 a.C. o médico grego Hipócrates descreveu efeitos da seiva semelhantes ao ópio. No primeiro século da nossa era, Dioscorides Pedanios, um naturalista grego e cirugião do exército de Nero, afirmava que a alface evitava sonhos com imagens libidinosas. Plínio, o Velho, no século seguinte, também escreveu sobre a habilidade da alface em diminuir o desejo sexual. Ele escreveu em sua História Natural que a alface é sonífera, pode esfriar o apetite sexual como também um corpo febril, purgar o estômago e aumentar o volume do sangue. Apesar disso, baixos relevos egípcios apresentam um enfoque diferente do uso da alface: a planta aparece como uma oferenda ao deus Min, invariavelmente descrito com um pênis grande e ereto e tido como divindade da fertilidade e da sexualidade. Os arqueólogos sempre se perguntaram porque um vegetal usado para acalmar os sonhos era associado a essa exuberante deidade. Giorgio Samorini, um botânico italiano, pensa ter resolvido o enigma, pois identificou o tipo de alface representado nos desenhos dos antigos egípcios. Ele concluiu que se tratava de uma alface selvagem, conhecida como lactuca serriola, vista na foto acima. Trata-se de uma erva daninha com folhas amargas da mesma família da alface cultivada, a qual é normalmente chamada de lactuca sativa. Atualmente a espécie selvagem pode ser encontrada na Europa, Ásia, norte da África, Canadá e Estados Unidos, até nas margens das estradas e nos muros. Entretanto, não é fácil reconhecê-la como uma alface: a planta tem folhas oblongas, bordas espinhosas e uma seiva láctea que escorre quando o vegetal é quebrado. Samorini testou as substâncias químicas presentes no látex e descobriu que ele possui dois efeitos — contraditórios — dependendo da dosagem. Apenas uma grama provoca efeito calmante e analgésico. Nas doses mais altas, de duas a três gramas, os efeitos estimulantes de alcalóides como atropina e cocaína prevalecem. Isso explicaria a associação entre Min e essa espécie de alface.

Cabeleira de Berenice é o nome de uma constelação visível no hemisfério norte durante a primavera. Ela é pequena e pouco luminosa, mas tem o mérito de se parecer com aquilo que se espera dela pelo seu nome: uma longa cabeleira flutuando numa brisa cósmica. Esse aglomerado de centenas de estrelas encontra-se a uma distância de 250 anos-luz da Terra, o que não é muito distante em termos astronômicos. Essa é a única constelação ao qual foi dado o nome de uma pessoa real. Berenice era a esposa do faraó Ptolomeu III (246 a 221 a.C.). Conta a lenda que enquanto ele estava conduzindo suas tropas em uma guerra feroz, Berenice, que era uma esposa dedicada, rezava para que ele retornasse são e salvo. Ela estava tão desesperada para vê-lo novamente que prometeu cortar seu bonito cabelo quando isso acontecesse. Um ano depois, quando Ptolomeu retornou vitorioso, a rainha cortou todo o cabelo e o dedicou ao templo de Afrodite, a deusa do amor. Poucos dias depois algum salafrário colecionador de lembranças roubou o cabelo de Berenice do templo. Quando o sumiço do cabelo foi descoberto, Ptolomeu estava pronto para decepar algumas cabeças. Todos os sacerdotes do templo estavam apenas a algumas horas da execução quando um grupo de astrônomos gregos, de passagem pela cidade, salvaram os pescoços dos pobres coitados. Os sábios convidaram Ptolomeu e Berenice para observarem naquela noite um novo e pálido agrupamento de luzes no céu. Olhem! — exclamaram. Vocês não estão vendo o agrupamento dos cachos do cabelo da rainha? Afrodite e os outros deuses acharam que o cabelo da rainha era bonido demais para que um único templo o possuisse. O cabelo de Berenice agora pertence aos céus para que todos o vejam! Para alívio dos sacerdotes, o casal de soberanos foi persuadido pelos astrônomos e as cabeças permaneceram grudadas aos respectivos pescoços.

ESTÁTUA DE RAMSÉS II Por mais de 50 anos os egípcios modernos se acostumaram a ver uma enorme estátua de Ramsés II (c. 1290 a 1224 a.C.) num dos pontos centrais do Cairo. Eles ainda se lembram de dias tranqüilos na chamada Praça Ramsés, um logradouro de 1116 m², quando a estátua era rodeada por grama e árvores e os moradores faziam piqueniques no local. O monumento se entrelaçava com as vidas das pessoas como uma lembrança diária da grande história do Egito e se tornou um marco cultural para a cidade. Mas uma selva de concreto acabou envolvendo-o e ele se viu rodeado por um viaduto da rodovia principal, uma mesquita e um hotel, enquanto linhas de metrô correm diretamente por baixo dele, afetando-o com a vibração dos trens. Além disso, o local é um dos mais congestionados e poluídos da cidade, o que estava danificando seriamente a estátua de 11 metros de altura e 83 toneladas de peso. Em 25 de agosto de 2006 ela foi transferida para um lugar tranquilo a cerca de dois quilômetros das pirâmides de Gizé, onde haverá um novo museu egípcio. Milhares de pessoas vieram assistir a jornada de 20 km desse traslado que demorou 10 horas para ser feito. Uma escolta faraônica, que incluiu 1500 soldados, acompanhou a viagem. A estátua de granito rosa foi protegida com borracha e material plástico, encaixada em uma gaiola de aço giroscópica e transportada inteira e em pé por um caminhão especialmente construído. O evento foi transmitido ao vivo pela TV egípcia. Inúmeros buracos tiveram que ser tapados pela cidade, cercas removidas e árvores podadas. Em datas anteriores, três simulações do transporte foram feitas: duas usando-se uma pedra das mesmas dimensões da estátua e a terceira com uma réplica do monumento. Essa estátua, que vemos na foto acima, originalmente ficava em um templo da antiga Mênfis. Foi descoberta em 1882 em Saqqara, quase 30 quilômetros distante de Gizé, quebrada em seis pedaços. Todas as tentativas de reconstrui-la no local falharam até 1954, quando foi transportada para o Cairo. Foi, então, restaurada e seus pedaços reunidos inserindo-se barras de ferro dentro do corpo. Hieróglifos apresentam vários títulos de Ramsés II, entre eles o de touro poderoso, amado da justiça, rei do Alto e do Baixo Egito e filho do Sol. Todo o processo de retirar a estátua da praça, transportá-la e recolocá-la em Gizé teve um custo de cerca de seis milhões de dólares.





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