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ROSTO DE NEBIRI Este homem foi Chefe dos Estábulos durante o reinado do faraó Tutmósis III (c. 1479 a 1425 a.C.), ou seja, cuidava dos cavalos reais. Deveria ter entre 45 e 60 anos de idade quando faleceu. Seus restos mortais foram descobertos em 1904 no ValeROSTO DE NEBIRI das Rainhas, em Luxor, pelo egiptólogo italiano Ernesto Schiaparelli e atualmente encontra-se no Museu Egípcio de Turim. Como a tumba havia sido saqueada, o corpo foi destruído deliberadamente e restaram apenas sua cabeça e vasos canopos contendo seus órgãos internos. Fotos © Philippe Froesch.

MÚMIA DE NEBIRI A cabeça mumificada, quase completamente sem bandagens, mas em bom estado de conservação, como podemos ver na foto ao lado, havia sido preenchida com linho tratado com uma mistura complexa de gorduras animais, óleo vegetal, uma planta aromática e dois tipos de resinas de árvores coníferas. Isso criou uma barreira contra insetos e permitiu que a face e o pescoço mantivessem sua aparência original. Foto © Francesca Lallo.


Os pesquisadores descobriram que havia um orifício no osso que separa a cavidade nasal do cérebro mas, surpreendentemente, este não foi retirado. A perfuração deve ter sido realizada para inserir o revestimento de linho. Os olhos foram cuidadosamente preparados durante o processo: os globos oculares foram firmemente embalados com tecido, mantendo assim sua forma esférica, e os nervos ópticos e os músculos orbitais são perfeitamente visíveis. A boca foi preenchida com linho, tanto na parte anterior quanto posterior da língua e material adicional foi introduzido na cavidade oral para encher as bochechas. Parece que todos os antibacterianos naturais que foram encontrados em seu crânio foram importados, já que as plantas usadas não eram nativas da região. Esse tipo de cuidado sugere que Nebiri pertencia à elite da sociedade egípcia. Sua cabeça é um exemplo raro de tratamento funerário de alto padrão em um indivíduo não pertencente à realeza do início da XVIII dinastia (c. 1550 a 1307 a.C.). A descoberta é única pois precede os desenvolvimentos vistos na mumificação de reis e rainhas dos meados da XVIII dinastia até o final da XX dinastia (c. 1196 a 1070 a.C.).

PULMÃO DE NEBIRI Foi possível descobrir que ele sofria de doença gengival grave, com vários abcessos. Além disso, tinha calfificação consistente com aterosclerose leve na artéria carótida interna direita. A conclusão foi de que morreu de uma insuficiência cardíaca aguda depois de ter passado por uma insuficiência cardíaca crônica causada, provavelmente, por hipertensão arterial. O vaso canopo que continha os pulmões, visto na foto à esquerda, estava quebrado quando foi encontrado e nele foi possível coletar amostras minúsculas com o mínimo de perturbação. Foram revelados pequenos agregados de células tipicamente vistas em pacientes com insuficiência cardíaca, bem como um edema pulmonar, ou seja, um acúmulo anormal de líquido nos sacos aéreos dos pulmões que leva à falta de ar. Foto © Raffaella Bianucci.